Sobre o Thetys



O Banco de Dados Thetys foi criado no escopo da execução do Projeto Ressurgência (PR) Fase III, financiado pela Rede de Geoquímica da Petrobras, visando a organização de dados, protocolos analíticos e documentos produzidos nas fases anteriores do PR. Na elaboração do Thetys optou-se pela consolidação de um consórcio de laboratórios formado pelo Laboratório de Oceanografia e Paleoceanografia (LOOP), Laboratório de Geoquímica do Enxofre (LaGEn) e pelo Observatório Oceanográfico (O2), todos da Universidade Federal Fluminense (UFF). A filosofia do Thetys é baseada na otimização do uso integrado de dados gerados nesses laboratórios, como também das reanálise produzidas, visando potencializar sua exploração científica. Dessa forma, todos os dados produzidos e reanálises geradas nos laboratórios consorciados serão organizados e depositados no Thetys para uso compartilhado e quando possível, disponibilizados para o público externo. A grande maioria dos dados são organizados em um formato compatível com diversas plataformas de visualização para pós-processamento externo ao banco de dados, especificamente pelo Ocean Data View (ODV) e o PaleoData View (PDV). Todos os procedimentos para importação dos dados nessas plataformas encontram-se detalhadamente descritos no Manual do Usuário do Thetys.


Um pouco mais sobre o Projeto Ressurgência:


O Projeto Ressurgência teve início em 2009 com foco no estudo dos processos de acoplamento físico-biogeoquímico na plataforma continental de Cabo Frio. Essa região é marcada por um sistema de ressurgência de borda oeste, a qual proporciona o afloramento sazonal/episódico de águas ricas em nutrientes oriundas de camadas mais profundas (ex: Água Central do Atlântico Sul) na zona eufótica. Essa disponibilidade de nutrientes na zona eufótica resulta em um aumento da produtividade primária nessa região, a qual é, parcialmente, acumulada nos sedimentos depositados sobre a plataforma. Nesse contexto, visando o entendimento do acoplamento entre a dinâmica oceanográfica regional e a biogeoquímica que permite o acúmulo de carbono nos sedimentos marinhos, o Projeto Ressurgência – Fase I instalou um monitoramento através de fundeios oceanográficos com armadilhas de sedimentação. Foram realizados mais de 1000 dias de monitoramento de condições oceanográficas com coleta de material particulado, permitindo um aprofundamento no estudo do acoplamento entre as variáveis físicas e biogeoquímicas na região. Em adição a esses experimentos com fundeios oceanográficos, foram realizadas coletas de água e sedimentos na região, produzindo um detalhado cenário das condições ambientais que favorecem o acúmulo de carbono na região. Posteriormente, os estudos dos processos oceanográficos na borda oeste do Atlântico Sul têm sido também abordados através de outros testemunhos sedimentares coletados na margem brasileira, os quais compõem também esse banco de dados.